Eu podia falar muito sobre as medidas de austeridade
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Eu podia falar muito sobre as medidas de austeridade


Mas todos já falaram e falam.
Muitos ainda enfiam a cabeça dentro da areia e escondem-se como a avestruz. Por brincadeira já deixei um comentário a perguntar se podia hibernar. Cá por casa sempre fomos poupadinhos. Nunca andámos em grandes festas, cartões de crédito são bichos non gratos, a crédito compramos a casa e pouco mais.
É verdade que quando mobilámos a nossa 1ª casa, ainda antes de casarmos não tinhamos as mesmas despesas de hoje. Pegámos  nas parcas poupanças e toca a aplicar no necessário. Ele trabalhava e estudava, eu como já tinha acabado a licenciatura, arranjei um part-time e com esse dinheiro extra conseguimos compar móveis e electródomésticos.
Hoje temos coisas com mais de 10 anos que funcionam. Já substituímos a máquina da roupa, porque a anterior sofreu de morte súbita.
Será porque assim fomos educados? Talvez.
Pena tenho das crianças que não têm como viver a não ser daquilo que lhes dão, e dos idosos que depois de uma vida de trabalho fica à espera da caridade alheia.
Se muitos vivem e viveram para além das suas capacidades? Sim, e continuam. Mas, aqueles que se vão lixar, são aqueles que como eu pagam os seus impostos direitinho e não fogem. São aqueles que cumprem como deve ser e não fogem.
Ah que protegemos os mais fracos. Não. Protegem só e apenas os mais fortes. Os fracos que se lixem. Aliás, como na selva é a lei do mais forte que vale.
Estou triste com este país. Triste com aquilo a que chegámos. A um terceiro mundo de 5ª qualidade, a pedir esmola a uma Europa delapidada, onde os meninos ricos fazem troça dos meninos pobres e atiram-lhes rebuçados para se rirem com o espectáculo.
Triste por viver num país onde o recompensado é o calão do espertalhão, que mete ao bolso e faz um chorinho a dizer que não tem, é um pobre, de sapato roto e duas ruas abaixo se enfia num carro xpto para ir almoçar num qualquer restaurante de luxo, enquanto o otário do funcionário que vai fazer de tudo para lhe atribuír o subsídio come uma sandes e pensa como poupar no supermercado, e nas refeições económicas do mês para alimentar a família.
Ora, ide contar histórias da carochinha às crianças, mas atentar às idades, é porque hoje em dia já nem todas acreditam no Pai Natal, Coelhinho da Páscoa e Lobo Mau.

Se, quiserem perder um pouquinho do vosso tempo, ou se chegarem até aqui leiam: “Portugal está a ser assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram”



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