Mulher
Imaginem
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Imaginem um sábado em que quando acordam vos telefonam a dizer que estavam á espera na fila, que madrugaram para guardar lugar, e que vocês preguiçosos nem queriam saber, por isso deixaram a tal fila. Fila que nunca pensaram em ingressar, fila a que disseram não ir, fila que não pediram para marcar lugar, fila que expressamente indicaram querer fugir.
Cansaço, muito, dores também. Uma tarde mais ou menos em que decidem descansar. Deitam-se, dormem um par de horas e acordam com a vossa sala alterada, os móveis em diferentes disposições, aquelas que vocês dizem e disseram durante meses, anos até que não queriam, que não gostam, que não querem, ams que outros (de família) acham que fica melhor e fazem-no nas vossas costas.
Têm uma reação visceral, enorme, gritam, choram, esperneiam porque nem na vossa casa a vossa palavra conta. Porque se sentem traídos por aqueles que nunca o deveriam fazer, porque nem na vossa casa podem fazer valer a vossa opinião, o vosso gosto.
Recebem mais dois telefonemas. Um a apalpar terreno e com vozinhas por trás. O outro, das vozinhas por trás, a insultarem-vos porque apenas estavam a fazer uma surpresa (a tal que vocês nunca quiseram e sempre o disseram alto e bom som), que são uns ingratos, uns egoistas, uns egocêntricos (e umas quantas outras coisas mais).
Choram de novo. Mas aí dizem-vos que estão a exagerar, que não é bem assim, que não perceberam nada e que a culpa é toda vossa.
Domingo, família em casa de visita, almoço com sogros, cunhados, mãe. E vocês? Sorriso claro. Mas que mania é essa de pensar que podem pôr e dispôr? Não perceberam que a casa é vossa para pagar, limpar, ouvir o que os outros querem dizer mas não podem opinar? Que a vossa opinião, o vosso desejo é burrice e que não percebem nada de decoração, nem de parentalidade, nem de cozinha, e nem de como ter uma casa em condições.
Chorar para quê? Falar para quê? Desejar para quê? Opiniar para quê?
Aquela é a minha casa, a morada postal, o sítio onde quero que os meus filhos se sintam amados, desejados, protegidos, o seu ninho, porto de refúgio e lugar de boas recordações. Para mim é uma casa a manter, a limpar, a pagar mas cada vez menos o meu lar, o meu canto.
Continuam a não perceber a minha recusa. O eu não querer assim, não achar bem assim. Eu desisti. Não luto mais.
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