Mulher
Não é do FMI que tenho medo II
Quando no Domingo fui com a piolha ao hospital encontrei lá uma menina dos seus 7/8 anitos, a Telma, preocupada com a irmã que tinha caido.
Sensibilizou-me a preocupação com a mana mais nova, porque ela tinha caido e tinha um galo mas estava bem disposta, e porque se tinha atrasado a lavar os dentes, como se isso fosse a razão da irmã ter caido. Mas, o que mais me sensibilizou, foi o facto de ela dizer que já tinha recebido os 100€ e que assim tinha dinheiro para os remédios da irmã, ao que eu lhe disse para estar descansada pois ia estar tudo bem com mana. Resposta desta pequena criança, assim os 100€ eram para pagar a luz e a água, porque ela até recebia mais mas como o país está em crise começou a receber menos.
Medo, muito medo, que uma criança desta idade, cujas preocupações deviam ser a escola, as bonecas, as brincadeiras, a que horam dão os desenhos animados favoritos na tv, seja com o valor da comida, da água, da luz. Que se preocupe com o facto de ser intolerante à lactose e da mãe ter de comprar coisas mais caras para ela, especialmente agora que tem uma irmã pequena que precisa de tantas coisas de bebé (como ela me disse). Que se preocupe com o seu abono pois sabe que ele é uma ajuda ao orçamento familiar.
Mas desde quando uma criança tem de se preocupar com isso? Que aos 7/8 anos se saiba o que é abono familiar? Sou da opinião que devemos ensinar os nossos filhos desde pequenos que as coisas custam dinheiro, que os brinquedos custam dinheiro e que existem outras prioridades, mas pelo amor de Deus isso não é preocupar uma criança é ensiná-la aos poucos para a vida, as poupanças, o estabelecer prioridades.
Quando uma criança nos responde que se preocupa porque os país está em crise e não sabe como ajudar os pais, fico com medo. A infância onde está? A inocência onde está?
Não, o FMI Não me mete medo. Tenho medo pelas nossas crianças, pelas suas infâncias e pelo seu futuro, pelas muitas Telmas que em vez de se preocuparem com bonecas, se preocupam em formas de ajudar o orçamento familiar. Isso não é competência delas e dá-me raiva, muita raiva que quem de direito olhe para o umbigo e não pense nas Telmas deste Portugal.
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